Eis uma charada comportamental:
Você está em uma jaula e suas grades são feitas de titânio e a sua jaula está vazia. Para sobreviver, você deve consumir 240 pequenas cápsulas de alimento por hora. As cápsulas estão disponíveis para você, mas infelizmente ficam localizadas em minúsculos buracos do lado de fora da jaula, de forma que você inicialmente leva 30 segundos para estender as mãos por meio das grades e alcançar cada cápsula. Se você não encontrar um jeito de realizar a tarefa mais rapidamente, consumirá apenas a metade das calorias necessárias e acabará morrendo de fome. O que fazer?
A resposta: expanda a parte do seu cérebro encarregada dessa tarefa para conseguir pegar as cápsulas mais rapidamente.
Impossível, não é mesmo? Bem, não vamos nos precipitar. Essa charada na verdade se baseia em uma famoso estudo da área da neurociência, tirando o fato de que os participantes do experimento não foram seres humanos, mas sim macacos0decheiro. Depois de 500 tentativas, os macacos se tornaram extremamente competentes na tarefa de pegar cápsulas de alimento, mesmo quando o tamanho do buraco passou a ser continuamente reduzido. Desse forma, a apenas de a tarefa ficar cada vez mais difícil, ele começaram a dominá-la com a prática, como um jovem estudante de piano que aprende a dominar uma escala. Intuitivamente, isso faz sentido.
Todos nós já ouvimos o falar "a prática leva à perfeição".
Mas a história ficou realmente interessante quando os pesquisadores passaram a analisar o que estava acontecendo no cérebro dos macacos à medida que eles ficavam cada vez mais rápidos na tarefa de pegar as cápsulas.
Utilizando eletrodos estrategicamente posicionados, os pesquisadores conseguiram observar quais áreas do cérebro eram ativadas quando um macaco se via pela primeira vez diante do desafio. Depois ele monitoraram o funcionamento cerebral enquanto os macacos pegavam as cápsulas de alimento repetidas vezes. Quando os pesquisadores analisaram os resultados dos escaneamentos cerebrais no fim do experimento, descobriram que a região cortical ativada pela tarefa tinha aumentado várias vezes. Em outras palavras, só coma prática. cada macaco literalmente expandiu a região do cérebro necessária para realizar a tarefa. E isso não aconteceu ao longo de incontáveis gerações por meio do processo da evolução, mas no decorrer de um experimento conduzido no período de apenas alguns meses.
Isso é ótimo, você pode estar pensando, para os macacos-de-cheiro - mas, em geral, não contratamos macacos nas organizações. Mas avanços recentes têm comprovado que esse processo funciona de forma idêntica em seres humanos.
Retirado do Livro "O jeito Harvard de ser feliz" - Shawn Achor
Grande abraço,
Rafael Mariano
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